PALÁCIO DA VENTURA - Antero de Quental

Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado…
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Antero Tarquínio de Quental (n. 18 de Abr. 1891 em Ponta Delgada - m. 11 Set 1891 -suicídio-)
Ler do mesmo autor, neste blog: Idílio; Mors-amor
0 comments:
Enviar um comentário