Porto celeste - Afonso Celso
Andei em longas excursões distantes:
Vi palácios, sacrários, monumentos,
Fócos da indústria, artísticos portentos...
Praças soberbas, capitais gigantes.
Mas lia, em toda a parte, nos semblantes,
Dores... lutas... idênticos tormentos...
— Onde a pátria dos risos?!... Desalentos
Colhi apenas, mais cruéis que dantes.
Achei, enfim, num pequenino porto,
Crenças, consolações, calma, conforto,
Tudo que anima, enleva e maravilha:
Ninho de encantos que a inocência habita
Promontório do céu, plaga bendita.
É junto ao berço teu, ó minha filha.
Afonso Celso de Assis Figueiredo Jr. (n. em Ouro Preto, Minas Gerais, a 31 Mar 1860, m. Rio de Janeiro a 11 Jul 1938)
0 comments:
Enviar um comentário