Benfica perde em casa e compromete a eliminatória
1-2
Getafe
Mais uma derrota frente a espanhóis de segunda
Um jogador do Getafe antes deste jogo dizia que os «museus» não ganham jogos, referindo-se, naturalmente, ao passado glorioso do Benfica. É triste dizer que tem inteira razão. O Benfica actual é uma sombra do clube glorioso que foi outrora.
A prova mais eloquente disso é a estatística da assistência que esteve presente no Estádio da Luz: um bom sintoma do momento que os benfiquistas vivem, ou seja da descrença na equipa, na falta de qualidade do seu futebol, para não falar na falta de organização dentro e fora do campo.
Essa falta de organização consumou-se logo aos 8' de jogo. Cardozo em Alvalade safou-se da expulsão ao dar um toque (não violento é certo) em Tonel. Pelos vistos ninguém da equipa técnica terá chamado a atenção ao jogador que em alta competição não pode fazer isso sob pena de prejudicar gravemente o clube. Hoje, mal o jogo tinha começado (menos de 9 minutos para sermos precisos) ao perseguir uma bola até ganhou a dianteira, mas cotovelo no ar e para trás para atingir o adversário que caiu logo - não fez como Tonel que caiu ao retardador-). E assim se decidiu o futuro do Benfica na Taça Uefa. Mais de oitenta minutos em inferioridade.
Os espanhóis que cedo mostraram que iam tentar jogar no campo todo vêem ser-lhes oferecida uma enorme prenda. Logo se percebeu que o Benfica hipotecava seriamente as suas hipóteses. Não foi preciso esperar muito pois aos 25', De La Red à entrada da área faz um rodopio e um remate, a bola desviada por Edcarlos trai Quim e estava feito o 0-1. Passados quatro minutos Luisão tem de ser substituído por lesão, ele que regressava de ausências por lesão (será que alguma vez esteve bom?).
Enfim, como o actual Benfica tem (quase) mais lesionados do que as camas existentes para doentes no Hospital de Faro, a dupla de centrais passou a ser composta por dois grandes craques: Edcarlos e Zoro.
Na segunda parte o Benfica aparece com boa disposição em termos de aplicação dos jogadores com Rui Costa a mostrar o seu futebol na distribuição, Sepsi a mostrar serviço e Léo a justificar os motivos por que os adeptos não percebem como o Benfica não renova com ele. Porém com a inferioridade numérica é mais fácil conceder oportunidades aos adversários. Uma jogada de um para um e Hernández opta por rematar rasteiro cruzado para fazer o 0-2. Se a derrota por um em casa já era comprometedora, sofrer dois golos em casa era fatal.
A juntar a uma noite em que mais valia não sair de casa (o que muitos milhares de benfiquistas fizeram efectivamente) Edcarlos com a baliza completamente aberta ao segundo poste e sem guarda redes, lá consegue tocar na bola mas fazendo-a subir até à barra! Como é possível? Uma perdida ainda maior à do Quaresma ontem frente ao Schalke - aqui ainda havia guarda-redes -.
A entrada de Mantorras animou os adeptos e um tanto a equipa e a verdade é que o talismã do angolano deu o 1-2 com um remate de longe que originou um grande perú de Ustari. O Benfica animou e ameaçou o 2-2 ainda que também por uma vez o 1-3 não tenha estado longe.
Enfim nestes jogos a eliminar não pode haver muita margem para o erro. E o Benfica errou demais. Erros que só podem ser fruto de pouco trabalho táctico, de disciplina e de organização. Que me desculpe Camacho, a equipa revela falta de trabalho de treinador. No final do jogo questionado este sobre o que faria a Cardozo, respondeu que para já não ia dizer nada, depois se via... Sendo assim...
O pior não é de facto perder-se um jogo. O pior é que ano passado o Benfica foi eliminado pelo Español e este ano está às portas da eliminação por uma equipa que tem 13.000 sócios e participa pela primeira vez em provas europeias... Mais um record negativo que o Benfica vai bater... E parece que tudo vai bem... Filipe Vieira lá há-de arranjar mais uma entrevista para falar do apito dourado.
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Grzegorz Gilewski (Polónia)
BENFICA – Quim; Nélson, Luisão (Zoro, 29 m), Edcarlos e Léo; Katsouranis e Rui Costa; Cristian Rodriguez, Di Maria (Mantorras, 61 m) e Sepsi; Cardozo.
GETAFE – Ustari; Contra, Belenguer, Cata Diaz e Licht; Casquero; Pablo Hernandez, De la Red (Celestini, 72 m) e Granero (Mario Cotelo, 46 m); Albin e Bráulio (Manu, 60 m).
Golos: 0-1, De la Red (25 m), 0-2, Pablo Hernandez (67 m); 1-2, Mantorras (76 m).
Cartão amarelo a Bráulio, Granero, Licht, Casquero e Pablo Hernandez. Cartão vermelho a Cardozo (9 m).
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