Soneto Romantico - Luis Guimarães Filho
Pousa os olhos nos meus... deixa voar
Os nossos sonhos que outro sonho enlaça...
Eu quero ler a imaculada graça
Dos juramentos que tu tens no olhar!
Escuta as dores do profundo mar!
Vê como sofre o vento quando passa!
E como é triste a cândida desgraça
Que existe na eloqüência do luar!
E enquanto os outros vivem padecendo,
No mundo vil, - no mundo atroz e horrendo -
Nós dois, como os amantes da balada,
Vamos sofrer de novo as amarguras
E repetir as imortais loucuras
Do nosso amor, ó companheira amada.
Luís Guimarães Filho (n. no Rio de Janeiro a 30 de Out. de 1878; m. em Petrópolis, a 19 de Abril de 1940)
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