Ilusões - Medeiros e Albuquerque
Velas fugindo pelo mar em fora...
Velas...pontos - depois ... depois vazia
a curva azul do mar onde, sonora,
canta do vento a triste psalmodia...
Partem pandas e brancas... Vem a aurora
e vem a noite após, muda e sombria...
E, se em porto distante a frota ancora,
é p'ra partir de novo em outro dia...
Assim as Ilusões. Chegam, garbosas,
palpitam sonhos, desabrocham rosas
na esteira azul das peregrinas frotas...
Chegam... Ancoram 'alma um só momento;
logo, as velas abrindo, amplas ao vento,
fogem p'ra longe solidões remotas
(in A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004) José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque (n. em Recife, PE, em 4 de Set de 1867; m. no Rio de Janeiro, RJ, em 9 de Junho de 1934).
Ler do mesmo autor Soneto decadente
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