O Perfume - António Correia de Oliveira
O que sou eu? – O Perfume,
Dizem os homens. – Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
Sou uma sombra de lume!
Rasgo a aragem como um gume
De espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
A essência que me resume.
Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
Vida de Sonho e Verdade!
Passam os dias, e em vão!
– Eu sou a Recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.
António Correia de Oliveira (n. em S. Pedro do Sul a 30 de Jul 1879; m. em Belinho, Esposende a 20 de Fev. 1960)
In Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade
Org. de José Fanha e José Jorge Letria, Lisboa, Terramar, 20
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