Pedro Homem de Mello morreu há 23 anos - Povo que lavas no rio
«Poeta de eleição de muitos fadistas, foi através do seu poema "Povo Que Lavas no Rio", cantado por Amália Rodrigues, que alcançou a glória. Formado em Direito, exerceu as funções de advogado, magistrado e professor de liceu. Publicou extensa obra poética, e, como especialista do cantar popular, foi reconhecida a sua intervenção como folclorista. Tornou-se familiar ao público quando apresentou programas sobre folclore na televisão portuguesa» (in RTP Grandes Portugueses)
Povo que lavas no rio
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão
Há-de haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
Fui ter à mesa redonda
Beber em malga que esconda
Um beijo de mão em mão
Era o vinho que me deste
Água pura em fruto agreste
Mas a tua vida não
Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Povo, povo eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso
Mas a tua vida não
Pedro Homem de Mello (n. Porto, 6 de Set 1904, m. 5 Mar 1984)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Fado
Não choreis os mortos
Revelação
0 comments:
Enviar um comentário