O Rebelde - Lúcio de Mendonça
É um lobo do mar: numa espelunca
Mora, à beira do Oceano, em rocha alpestre;
Ira-se a onda e, qual tigre silvestre,
De mortos vegetais a praia junca.
E ele, olhando como um velho mestre
O revoltoso que não dorme nunca,
Recurva o dedo como garra adunca,
Sobre o cachimbo, único amor terrestre,
E então assoma-lhe um sorriso amargo...
É um rebelde também, cérebro largo,
Que odeia os reis e os padres excomunga.
À noite, dorme sem rezar: que importa?
Enorme cão fiel, guarda-lhe a porta
O velho mar soturno que resmunga.
Lúcio Eugênio de Meneses e Vasconcelos Drummond Furtado de Mendonça (n. em Piraí, 10 de março de 1854 — m. Rio de Janeiro a 23 de novembro de 1909)
Mora, à beira do Oceano, em rocha alpestre;
Ira-se a onda e, qual tigre silvestre,
De mortos vegetais a praia junca.
E ele, olhando como um velho mestre
O revoltoso que não dorme nunca,
Recurva o dedo como garra adunca,
Sobre o cachimbo, único amor terrestre,
E então assoma-lhe um sorriso amargo...
É um rebelde também, cérebro largo,
Que odeia os reis e os padres excomunga.
À noite, dorme sem rezar: que importa?
Enorme cão fiel, guarda-lhe a porta
O velho mar soturno que resmunga.
Lúcio Eugênio de Meneses e Vasconcelos Drummond Furtado de Mendonça (n. em Piraí, 10 de março de 1854 — m. Rio de Janeiro a 23 de novembro de 1909)
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