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2006-03-04

AMOR VERDADERO - Eugénio de Castro em espanhol, na efeméride do seu aniversário

Tu frialdad agiganta mi deseo
cierro los ojos para no mirarte
y cuando más procuro el esquivarte
más en mis ansias férvidas te veo.

Sobre la huella de tus pies rastreo
sin que logre ni lástima inspirarte
y en esta lucha de sufrir y amarte
alzaré tu desdén como un trofeo

Sé que jamás te arrullaré a mi lado,
pues un rival, cual rey afortunado,
tu juventud a conquistar se lanza

y acrece en tanto mi febril porfía
que es pequeño el amor si en algo fía:
sólo es grande el amor sin esperanza.

Versión de Nicolás Bayona Posada


Versão original

Tua frieza aumenta o meu desejo
Fecho os olhos para te esquecer
e, quanto mais procuro não te ver,
quanto mais fecho os olhos, mais te vejo.

Humildemente atrás de ti rastejo,
humildemente, sem te convencer,
enquanto sinto para mim crescer
dios teus desdéns o frígido cortejo.

Sei que jamais hei-de possuir-te. Sei
que outro, feliz, ditoso como um rei,
enlaçará teu virgem corpo em fllor.

O meu amor, no entanto, não se cansa:
amam metade os que amam com esp'rança,
amar sem esp'rança é o verdadeiro amor

Eugénio de Castro (n. em Coimbra a 4 Mar 1869; m. 17 Ago 1944)

Ler do mesmo poeta:
Presságios
Epígrafe


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