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2005-11-18

O Governo (ou será o ministro?) e o Metro do Porto

Por Despacho Conjunto (nº. 925/2005, de 20 de Outubro), dos Ministros de Estado e das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, a actuação do Conselho de Administração do Metro do Porto foi limitada a meros actos de gestão corrente.

O Conselho de Administração do Metro do Porto reuniu-se ontem e no fim divulgou um Comunicado que nem sequer é muito reactivo, terminando, dizendo que "todas as obras em curso prosseguirão, como previsto e representado nos projectos já contratados e previamente aprovados pelo Governo".

A questão é que esperava já ter havido muito maior reacção a esta decisão polémica do Governo (ou será mais do Ministro Mário Lino?)

É que já na festa de inauguração da linha da Maia este Ministro provocou uma confusão que o primeiro-ministro teve que acalmar vindo ao Porto, em 18 de Outubro, afirmar que a aposta no metro do Porto, por parte do Governo, era para continuar, ou seja, iria haver segunda fase do projecto, onde constam, nomeadamente, a linha para Gondomar, a linha da Boavista-Matosinhos e a segunda linha de Gaia. Será que a linha Porto-Gondomar não tem importância? É investimento injustificado?

Não sei se há uma descoordenação no Governo ou se é mais uma manobra, como em muitos outros casos, para tratar os portugueses que não são lisboetas, como cidadãos de segunda.

É mera coincidencia que no mesmo dia em que o JN anuncia tal Despacho ouço na TV que a ligação Porto-Vigo perdeu prioridade em relação às ligações Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid (TGV)? E que é anunciado para o caso do Aeroporto da Ota, uma linha dedicada Ota-Lisboa a fazer-se em 17 minutos?

E não é elucidativo do complexo de superioridade lisboeta a expressão "Ando a dizer isto desde a 1ª. vez que fui lá cima"? Ou seja eles vêm "cá acima" como vão à aldeia...

Com esta filosofia admiram-se das assimetrias do país?

Ou será que o controlo orçamental das obras só preocupa o Governo quando as obras não são em Lisboa?


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