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2016-10-07

O poema que hei-de escrever para ti - Cristovam Pavia

O poema que hei-de escrever para ti, dando notícias
Do último reduto das coisas, das profundidades intactas,
Nasce, adormece e referve-me no sangue
Com a íntima lentidão dos teus seios desabrochando,
Porque, sei, não estás longe (nem da minha vida!), meu mistério fiel.

Hoje a nossa companhia é a tua inconsciência e o teu instinto: puro

Instinto que eu, de longe, embalo e velo
E acordará («em frente!») às primeiras palavras
Do poema, quando ele despontar.

Cristovam Pavia é o pseudónimo literário de Francisco António Lahmeyer Flores Bugalho, nascido na freguesia de Alcântara, Lisboa a 7 de outubro de 1933 e falecido na mesma cidade a 13 de outubro de 1968.

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2016-10-06

Naufrágio - Amália Rodrigues (na passagem do 17º aniversário do seu desaparecimento)

Amália da Piedade Rodrigues (Lisboa, 23 de Julho de 1920 — Lisboa, 6 de Outubro de 1999)





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2016-10-05

[Não quero o Deus de Aristóteles nem de Espinosa] - Cyro dos Anjos


Não quero o Deus de Aristóteles nem de Espinosa.
Quero o Deus de grandes barbas repartidas ao meio
que eu via nas estampas da História Sagrada,
sujeito a zangas e birras tal qual meu pai,
mas infinitamente bom e justo.

É no regaço desse Deus que hei-de ser acolhido.
Ele me puxará as orelhas, brincalhão: Vai, Belmiro,
perdoados são os teus pecados!
Fique naquela nuvenzinha cor de laranja
a ver os anjinhos brincarem de roda.

in Poemas Coronários

Ciro Versiani dos Anjos (Montes Claros, Minas Gerais, 5 de outubro de 1906 — Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1994)

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2016-10-04

Cancion De Las Simples Cosas - Mercedes Sosa

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Cancion De Las Simples Cosas

Uno se despide insensiblemente de pequeñas cosas
Lo mismo que un árbol en tiempo de otoño
se queda sin hojas
Al fin la tristeza es la muerte lenta
de las simples cosas
Esas cosas simples que quedan doliendo en el corazón.

Uno vuelve siempre a los viejos sitios
en que amo la vida
Y entonces comprende como están de ausentes
las cosas queridas
Por eso muchacho no partas ahora soñando el regreso
Que el amor es simple
y las cosas simples se las devora el tiempo.

Demórate aquí en la luz mayor de este mediodía
Donde encontraras con el pan al sol la mesa tendida
Por eso muchacho no partas ahora soñando el regreso
Que el amor es simple y las cosas simples las devora
el tiempo...

Mercedes Sosa (n. San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — m. Buenos Aires, 4 de outubro de 2009)

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2016-10-03

Formosura Ideal - Zeferino Brasil

Esta visão que em sonhos me aparece,
e que, mesmo sonhando, me resiste,
por que foge, por que desaparece,
mal eu desperto, apaixonado e triste?

Por que, branca e formosa resplandece
como uma estrela, e a torturar-me insiste,
se é certo, - oh! dor cruel que me enlouquece!...
que ela somente no meu sonho existe?

Cheia de luz e de pureza e graça,
- alma de flor e coração de estrela -
ela, sorrindo, nos meus sonhos passa...

E sempre a mesma angústia dolorida:
branca e formosa dentro d'alma tê-la,
sem poder dar-lhe forma e dar-lhe vida!


Zeferino Antônio de Souza Brazil, nasceu em 24 de Abril de 1870, em Porto Grande, Taquari, Rio Grande do Sul e faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul a 3 de Outubro de 1942).

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