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2014-12-14

A UMA FONTE QUE SECOU - Teixeira de Pascoaes

Com teus brandos murmúrios embalaste
Os minutos dos meus primeiros dias.
E pelos teus gemidos os contaste;
Eu era então feliz e tu sofrias.
As minhas velhas árvores regaste,
O meu jardim ao sol reverdecias...
E quando as tuas lágrimas choraste,
Como a dor que hoje sofro, entenderias!
Mas, aí, tudo mudou! Seca estiagem
Bebeu, a arder em febre, as tuas águas;
Versos de água cantando a minha imagem.
Raios de sol que as fontes evaporam,
Levando para Deus as suas mágoas,
Secai também os olhos dos que choram!.


Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, que usou o pseudónimo litrerátrio de Teixeira de Pascoaes, nasceu em 8 de novembro de 1877 (*) em Amarante; m. em 14 de dezembro de 1952.

(*) Conforme assento oficial de nascimento; de algumas fontes biográficas consta a data de 2 de novembro

Ler também do mesmo autor:
Canção da Névoa
V - Chegada de Marânus à Montanha (excerto)
Ao Crespúsculo
Esperança e Tristeza
Além de mim
O Poeta
A sombra do Tâmega;
Canção da Névoa
À Minha Musa
A Sombra da Vida (excerto)
Elegia do Amor;
Quem és tu? De onde vens?...


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