O Fumo - António Fogaça
Do meu quarto, que dá sobre uns quintais,
Descubro todo o bairro; e, muita vez,
Vejo, evolar-se o fumo em espirais
                    Das negras chaminés.
Quando vou à janela, ao Sol poente,
Horas em Junho de acender os lares,
Meus olhos vão seguindo longamente
                    O fumo pelos ares.
E penso ver formarem-se na vasta
Imensidade, esplêndidas imagens;
Até que o fumo pelo Azul se gasta
                    Nas mais altas viagens.
Todo este quadro é tão banal, que então
Chego a rir-me de mim, do que resumo
Na minha eterna e doce aspiração...
                    Que se assemelha ao fumo. 
 


![Validate my Atom 1.0 feed [Valid Atom 1.0]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixA6pLRJqUA5uCd8sPXDDP7QxjQkPOk7PBO4HCTh36mFnxdQ74-sZ_XMCFDZwG93UFGHxKxztBp8W7XXB4TuF02boT9tQtWcPt8-W26llV-vye5sZhzXq6EsMVAc7Fc_hmbs769Q/s400/valid-atom.png)
 
 






0 comments:
Enviar um comentário