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2013-04-11

Desgostosa - Na passagem dos 150 anos do nascimento de António Fogaça

O seu riso gentil que ainda me arrasta,
Como quem vai seguindo no deserto
Os raios dum clarão que julga perto,
Mas que a segui-lo toda a vida gasta;

Sua voz, seu olhar, sua alma casta
Todo esse altivo e festival concerto
— Brancas formas de luz que ao seio aperto
Sonhadamente, numa dor nefasta...

Esse porte de brilho e majestade
E o seu modo sincero, doce e honesto,
Tudo a sombra da Mágoa, sem piedade,

Velou, tocando-a com seu ar funesto!
Nunca eu sonhasse, ó íntima saudade,
Seu riso, voz, olhar e alma e gesto!...

In "Líricas Portuguesas"
Portugália Editora – 1957 – Portugal

António Maria Gomes Machado Fogaça (n. Barcelos, 11 Abr 1863, m. Coimbra, a 27 Nov. 1888)

Ler do mesmo autor, no Nothingandall:
Os Rouxinóis

Visão dum Leito


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