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2013-01-23

Sombras que passam - Severiano de Rezende

Com que amargura desabrida e insana
Os olhos volvo ao túrgido passado!
Tanta esperança que se desengana
E tanto sonho vão desperdiçado

E tu, meu doce desvario amado,
Sombra perpetuamente desumana,
Vens com o rosto de lágrimas nublado
Em meio à lacrimante caravana.

Segues, e mais do que todas elas triste,
e mais chorosa do que todas elas,
clamando o amor que outrora não sentiste...

Adeus, loucas visões, brancas e belas,
vindes buscar o que já não existe,
sombras errantes de apagadas telas.

José Severiano de Rezende nasceu em Mariana, Minas Gerais, a 23 de janeiro de 1871 e faleceu em Paris no dia 14 de novembro de 1931.


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