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2012-08-19

Soneto da tarde - Odylo Costa, Filho

Não digo que o sol pare, nem suplico
que teu cabelo não se faça branco.
Nos segredos serenos que fabrico
vive um pouco de mago e saltimbanco.

mas te desejo simples, natural,
e que o dia na tarde amadureça.
Venceste muita noite e temporal.
Confia em que outra vez ainda amanheça.

O teu reino da infância sempre aberto
guarda o campo e os brinquedos infinitos
nas cores puras, sob o céu coberto.

Nos cajueiros, os pássaros... Os gritos
infantis... Mas a ronda neles nasce
e embranquece o cabelo em tua face.

Odylo Costa, filho (São Luís, 14 de dezembro de 1914 — Rio de Janeiro, 19 de agosto de 1979)
Do mesmo autor, no Nothingandall:
As Aquarelas
Os Coelhinhos (poema infantil)


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