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2012-06-25

Pouso vazio - Alves de Faria

Unímo-nos, prendemo-nos e juntos
Vimos de um sonho para tal velhice,
Como dois tristes, como dois defuntos,
– duas máscaras doidas de meiguice.

Hoje estás velha e estás como eu predisse...
Sonhos jazem sepultos e conjuntos!
E eu nem sei mesmo quando a meninice
A frase me ensinou de outros assuntos.

És um campo talhado, oh! companheira!
Quando eu morrer que farás tu da vida?
Que farei eu, se fores a primeira?

Se até o amor que foi, pomba querida,
O altar-mor de nossa alma, forasteira,
Temendo o inverno levantou guarida!

Rodolfo Alves de Faria (Maceió, AL 23/3/1871 - Maceió AL 25/6/1899)

Poema extraído daqui
Do mesmo autor, neste blog: Soneto


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