Musical suggestion of the day: Perdóname - Pablo Alborán (+ Carminho)
Pablo Moreno de Alborán Ferrándiz (Málaga, 31 de maio de 1989)
Amor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,
On this day in History, poetry, politics, football (soccer), solitude, peace, humour, music ... nothing and all.
Pablo Moreno de Alborán Ferrándiz (Málaga, 31 de maio de 1989)
Que interessa se querem que eu faça ou desfaça
Se tenho, intemporal, a táctil memória da tua graça
Não sei, confesso, se era tua ou de alguém de quem perdi o nome,
Se alguma vez exististe ou quem seja de quem sinta fome
Na antologia dos momentos, às vezes há poemas sem autor...
Que importa a fachada ou se a porta está fechada
Se eu tenho a visão de todas as coisas interiores escondidas
Para além da realidade está o sonho sem medidas.
Não há teste de imparidade para este goodwill…
Se quero, prometo que terei, eu sei, I will…
Extenso dia taciturno de nuvens.
Nas ramadas passarinhos de mágoa
Lacrimejando chilros. Um braçado
Policromo de flores
Perfumado
De profundis
De coroas.
Tão duro
Assim lacónico
Nosso adeus de rosas, Maria.
Abro as varandas altas da manhã:
o teu rosto é essa estrela sobre o mar.
Oh meu amor eu vivo a desenhar
o teu rosto de sal na praia vã.
De ti conheço um sopro, o naufragar
de um barco altivo por marés desfeito
e ando de porto em porto a recordar
a costa de ouro e fogo do teu leito.
Já te perdi de bússola e de norte
no caminho magnético dos astros
por tanto navegar contra a corrente.
Mas ao saber a cor da minha morte
eu vivo em ti, na curva dos teus braços
com um deserto de fogo à minha frente.
Posted by Nothingandall at terça-feira, maio 27, 2014 0 comments
Labels: José Carlos González, poesia
Nesta manhã tão clara é sacrilégio
o se pensar na morte. No entanto
é no que penso úmidos de pranto
os meus olhos cansados.
Sortilégio
de luz pela cidade... As casas todas,
humildes e branquinhas
lembram gráceis e tímidas mocinhas
no dia de suas bodas.
Morrer assim numa manhã tão linda,
risonha, rosicler,
não é morrer... é adormecer ainda
na doce tepidez de um seio de mulher!
Não é morrer... é só fechar os olhos
Para melhor sentir o cheiro do jasmim
Escondido da renda nos refolhos!...
Ah! Quem me dera que eu morresse assim.
Posted by Nothingandall at segunda-feira, maio 26, 2014 0 comments
Labels: Antonio Tavernard, poesia
Cuando ya de la vida
el alma tenga, con el cuerpo, rota,
y duerma en el sepulcro
esa noche, más larga que las otras,
mis ojos, que en recuerdo
del infinito eterno de las cosas,
guardaron sólo, como de un ensueño,
la tibia luz de tus miradas hondas,
al ir descomponiéndose
entre la oscura fosa,
verán, en lo ignorado de la muerte,
tus ojos, ... destacándose en las sombras.
Posted by Nothingandall at sexta-feira, maio 23, 2014 0 comments
Labels: José Asunción Silva, poesia
Leio o letreiro: - Aluga-se esta casa.
E ela viveu, aqui, risonha e bela,
como num quadro antigo de aquarela,
a cuja evocação meu ser se abrasa,
No deserto jardim, nem mais uma asa
de borboleta o roseiral constela.
E, ante o letreiro triste da janela,
de meus olhos o pranto se extravasa.
Recordo os nossos tímidos segredos...
Morrem lírios, em torno da calçada,
à míngua da carícia de seus dedos.
Tudo passou: o encanto, o amor, a glória...
A história desta casa abandonada
ainda é mais triste do que a minha história!
Direi verde
do verde dos teus olhos
de um rugoso mais verde
e mais sedento
Daquele não só íntimo
ou só verde
daquele mais macio mais ave
ou vento
Direi vácuo
volume
direi vidro
Direi dos olhos verdes
os teus olhos
e do verde dos teus olhos direi vício
Voragem mais veloz
mais verde
ou vinco
voragem mais crispada
ou precipício
Ponto final. Adeus. Tinha previsto o fim.
Quiz muito, quiz demais... O culpado fui eu.
Se é que póde morrer o que nunca viveu,
Sinto que morreu hoje o teu amor por mim.
Fiz mal em vir? Talvez. Quizeste vêr-me: vim.
Que placidez a tua e que sorriso o teu!
Amor que raciocina é amor que morreu.
Pode lá nunca amar quem se domina assim!
Tinha de ser. Adeus. Deixas-me triste e doente.
Depois, qual é o amor que vive eternamente?
Tudo envelhece, e passa, e morre como tu.
Nunca mais me verás. É a vida, afinal.
Dá-me o ultimo beijo e não me queiras mal...
Il faut rompre en pleurant quand cn ne s'aime plus.
Não há morte que não dedilhe
nesta pedra
de seco arbusto
de nós.
Lassidão, temor, rosas pregadas.
(E eu disse entretanto:)
Rosas esmaecidas
diante das lágrimas do Filho e
desde sempre a sofrer.
in Mosaico
José Emílio de Oliveira Marmelo e Silva, que usa o pseudónimo de José Emílio-Nélson, nasceu em Espinho, em 17 de maio de 1948
Ler do mesmo autor, neste blog:
Canção Punitiva
Mahler
Arte Poética
Há uma mulher em toda a minha vida,
Que não se chega bem a precisar.
Uma mulher que eu trago em mim perdida,
Sem a poder beijar.
Há uma mulher na minha vida inquieta.
Uma mulher? Há duas, muitas mais,
Que não são vagos sonhos de poeta,
Nem formas irreais.
Mulheres que existem, corpos, realidade,
Têm passado por mim, humanamente,
Deixando, quando partem, a saudade
Que deixa toda a gente.
Mas coisa singular, essa que eu não beijei,
É quem me ilude, é quem me prende e quer.
Com ela sonho e sofro... Só não sei
Quem é essa mulher.
I have walked through many lives,
some of them my own,
and I am not who I was,
though some principle of being
abides, from which I struggle
not to stray.
When I look behind,
as I am compelled to look
before I can gather strength
to proceed on my journey,
I see the milestones dwindling
toward the horizon
and the slow fires trailing
from the abandoned camp-sites,
over which scavenger angels
wheel on heavy wings.
Oh, I have made myself a tribe
out of my true affections,
and my tribe is scattered!
How shall the heart be reconciled
to its feast of losses?
In a rising wind
the manic dust of my friends,
those who fell along the way,
bitterly stings my face.
Yet I turn, I turn,
exulting somewhat,
with my will intact to go
wherever I need to go,
and every stone on the road
precious to me.
In my darkest night,
when the moon was covered
and I roamed through wreckage,
a nimbus-clouded voice
directed me:
“Live in the layers,
not on the litter.”
Though I lack the art
to decipher it,
no doubt the next chapter
in my book of transformations
is already written.
I am not done with my changes.
Se a cólera que espuma, a dor que mora
Na alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
Do meu quarto, que dá sobre uns quintais,
Descubro todo o bairro; e, muita vez,
Vejo, evolar-se o fumo em espirais
Das negras chaminés.
Quando vou à janela, ao Sol poente,
Horas em Junho de acender os lares,
Meus olhos vão seguindo longamente
O fumo pelos ares.
E penso ver formarem-se na vasta
Imensidade, esplêndidas imagens;
Até que o fumo pelo Azul se gasta
Nas mais altas viagens.
Todo este quadro é tão banal, que então
Chego a rir-me de mim, do que resumo
Na minha eterna e doce aspiração...
Que se assemelha ao fumo.
Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.
Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo
de só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra
Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvolução do corpo.
in A Lume Poesia
organização e prefácio de Fernando Cabral Martins, Assírio & Alvim, 2ª edição, 2001
Maria Luiza Neto Jorge (n. em Lisboa a 10 Mai 1939; m. em Lisboa a 23 Fev 1989)
Ler da mesma autora, neste blog:
Poemas para a noite invariável - IV
Anos Quarenta, os Meus
Nas Cidades do Sul
Baixo-Relevo
Desinferno II
Minibiografia
As casas vieram de noite
O poema ensina a cair
A Magnólia
Ritual
Acordar na Rua do Mundo
Pasa la juventud, pasa la vida,
pasa el amor, la muerte también pasa,
el viento, la amargura que transpasa
la patria densa, inmóvil y dormida.
Dormida, en sueño para siempre, olvida.
Muertos y vivos en la misma masa
duermen común destino y dicha escasa.
Patria, profundidad, piedra perdida.
Piedra perdida, hundida, vivos, muertos.
España entera duerme ya su historia.
Los campos tristes y los cielos yertos.
Sobre el papel escrita está su gloria:
querer edificar en los desiertos;
aspirar a la luz más ilusoria.
Com sua voz assustadinha e doce,
doce como um trinar de passarinho,
ela me disse que esperá-la fosse,
fosse esperá-la à beira do caminho.
Mas o tempo da espera prolongou-se,
prolongou-se demais! E, então, sozinho,
passei o dia. Veio a tarde e trouxe,
trouxe arrulhos de amor, de ninho em ninho.
Desespero. O silêncio me tortura.
Mas, de repente, alvoroçado, escuto
um farfalhar de folhas na espessura.
Ela chega e tão linda, de maneira
que só para gozar este minuto
eu a esperaria a minha vida inteira.
Posted by Nothingandall at quarta-feira, maio 07, 2014 0 comments
Labels: poesia, Rabindranath Tagore
Perguntas porque meus versos
Choram, em vez de sorrir...
É que eles são universos
Que estão quase a se extinguir.
Tristes deles, minha filha,
Tristes deles, minha irmã,
Raro é aquele que brilha,
Quando desponta a manhã.
São pequeninos fragmentos,
Pedaços da minha cruz,
Errando ao sabor dos ventos,
Como planetas sem luz.
As lágrimas que vieram
Umedecer este chão,
Num coração estiveram
Que já foi meu coração.
Pobre estrela desgarrada
Foi essa estrela de amor,
Hoje de todo apagada
No seu fumeiro de dor.
Irrompa, embora, no Oriente,
Qualquer aurora, qualquer,
Quem tem o Ocaso, somente,
Não vê a aurora nascer.
Houve uma dama formosa
Que meu coração colheu,
Como se colhe uma rosa
Mal o dia amanheceu.
Que quadra feliz foi essa!
Que meninice ideal!
O sonho que assim começa,
Quase sempre acaba mal!...
Um dia, a dama querida
Para outro país partiu...
Não cicatriza a ferida
Que uma ingratidão abriu.
Ela sumiu-se entre os astros,
Sem que a pudesse alcançar...
Quem é que, andando de rastros,
Pode um pássaro apanhar?
...............................
O que hoje faço, portanto,
É fazer o que não fiz:
Enxugar, a furto, o pranto,
E fingir que sou feliz.
There is a season (turn, turn, turn)
And a time for every purpose, under heaven
A time to gain, a time to lose
...
É verdade. Depois das derrotas do ano passado, este ano será de glória!
Eusébio e Coluna partiram para o Céu e certamente estão lá a mexer os cordelinhos para que Jesus aqui na Terra seja ajudado... depois dos desgostos da época passada.
O Benfica já joga à vontade só com dez... a próxima etapa é treinar a jogar com nove.
Os «mafiosos» perderam! Tinham muito «gogo» quando foi o sorteio. Começaram a desconfiar depois do jogo da Luz...mas continuavam confiantes nos jogos de bastidores a pedir a exclusão do Enzo Perez...
Na verdade Enzo acabou expulso durante o jogo em Turim... e na gestão da disciplina o Benfica até teve razão de queixa do árbitro... mas também não podia ser este a marcar um golo na baliza do Benfica...qolo que a Juventus mesmo só contra nove (nos últimos oito minutos de desconto!...) não soube nunca marcar...
Depois foi ouvir o treinador italiano queixar-se dos árbitros...
Bem, nem os «mafiosos» nos conseguiram derrotar...
Viva o Benfica! SLB. SLB, SLB, Glorioso SLB.
This time is to gain!!!
Beatriz, Beatriz, sombra querida,
Branca visão que em toda a parte vejo,
És a ventura única que almejo,
Que outra igual me não fora concedida.
Meu amor, minha crença e minha vida,
Todo o bem que com que sonho e qu antevejo,
Tudo o que aspiro e tudo que desejo,
A ti te devo, ó alma comovida!
Do meu amor não saibas, todavia;
Pois se igual amor te não mereço,
Antes quero cuidar que o merecia.
Sucumbirei à dor de que padeço
Se tal fraqueza chamam cobardia,
Eu serei um cobarde por tal preço!
Vai alta a minha dor! As horas passam...
E nesta ausência, que te evoca e aviva,
Sinto a tua alma adentro em mim cativa;
Teus sonhos, Anjo, no meu sono esvoaçam...
As minhas mãos as tuas mãos enlaçam,
Dum eco extinto a nossa voz deriva;
Na tua fronte de oiro, pensativa,
Convulsas linhas meu destino traçam...
Virgem, que eu hei sagrado em meu Desejo,
Meu olhar em teus olhos, reflectido,
Chama por mim... ceguei e ainda o vejo!
Ó visão de um tão fúnebre recorte,
Se vivi, não me lembres ter vivido,
Porque eu descanso em ti e sou a Morte!
Send in the clowns
Isn't it rich? Aren't we a pair?
Me here at last on the ground and you in mid-air
Send in the clowns.
Isn't it bliss? Don't you approve?
One who keeps tearing around,and one who can't move.
But where are the clowns?
Send in the clowns.
Just when I stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours,
Making my entrance again with my usual flair,
Sure of my lines - no one is there.
Don't you love farce? My fault, I fear.
I thought that you'd want what I want - Sorry, my dear.
But where are the clowns? Quick, send in the clowns.
Don't bother, they're here.
Isn't it rich? Isn't it queer?
Losing my timing this late In my career?
But where are the clowns? There ought to be clowns.
Well, maybe next year.
Words & Music by Stephen Sondheim
Recorded by Judy Collins, 1975
From the musical "A Little Night Music"
Judith Marjorie "Judy" Collins (born May 1, 1939, Seattle, Washington)
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