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2009-06-30

Futsal: Benfica é (tri)Campeão !!

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4-3 (ap. prol.)

Belenenses



Ricardinho desiquilibrou em jogo disputado palmo a palmo...


Com um Pavilhão da Luz cheio e presença de vários craques da equipa de futebol de onze e respectico staff (Saviola, Sidney, David Luís, Nuno Gomes, o treinador, o presidente, Rui Costa, etc.) o Benfica começou melhor o jogo e ganhou vantagem com cerca de 8' de jogo num golo de Ricardinho num remate de pé esquerdo da zona central e de meia distância. Com o apoio do público os encarnados ganharam ligeira superioridade mas o jogo decorreu sem grandes oportunidades de golo. Já no último minuto de novo Ricardinho em passe de letra solicitou a entrada pela esquerda de Rogério Vilela que fez o 2-0 perante o delírio de grande parte do Pavilhão.

Ricardinho teve papel decisivo no jogo

Na segunda parte o Belenenses entrou a todo o gás e os encarnados pareceram atordidos não conseguindo serenar e gerir a vantagem. Três faltas cometidas nos três primeiros minutos pela equipa que ganhava, o Belenenses com grande vantagem na posse de bola e o golo a ameaçar a baliza encarnada em livres que foram parar na barra da baliza. Sem controlar a bola previa-se que o Benfica iria sofrer muito para ganhar o jogo e a verdade é que o 2-1 quando surgiu não constituiu qualquer surpresa. Foi um golo tirado a papel químico do segundo do Benfica. Os visitantes acreditaram mais, o Benfica chegou às 5 faltas e perdeu algumas bolas por erros não forçados numa altura crucial aproveitando o Belenenses para empatar o jogo (na recarga) num penalty assinalado a pouco mais de um minuto do fim por mão dentro da área.

O Benfica foi para o prolongamento com 5 faltas e o Belenenses quatro mas foi na marcação de um livre (com barreira) marcado por Ricardinho que Carlos Paulo de cabeça, tal avançado centro do futebol de onze, se antecipou e marcou na recarga. Voltou o delírio ao Pavilhão e desta vez os encarnados nao cometeram o mesmo erro de «deixar de jogar». Ricardinho e Marcão tiveram um diálogo repartido com o guarda-redes do Belenenses a adiar várias vezes a sentença final que pareceu decretada quando o avançado encarnado na cara do guarda-redes fez o 4-2 após um passe na diagonal magistral de Pedro Costa. Uma falta deu um livre directo que foi desperdiçada pelo jogador do Belenenses que marcara o penalty do 2-2 ao rematar ao lado e assim já com pouco tempo para jogar o triunfo parecia seguro. Porém, a cerca de um minuto do fim o Belenenses voltou a reduzir, demonstrando grande capacidade e tornando esta final à melhor de cinco uma maratona decidida até ao último segundo.

Os encarnados festejam o título de Campeão Nacional - o terceiro consecutivo - que junta ao triunfo na Taça de Portugal ernquanto os Belenenses, que souberam hoje que a equipa principal está qualificada para disputar o campeonato principal (por falta de cumprimento de requisitos por parte do Estrela da Amadora), sofreram a perda do Campeonato que no 5º. jogo no Pavilhão Acácio Rosa parecia (quase) conseguido quando tiveram 3-0 a seu favor e viram o jogo terminar com 3-6!

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Meu Quase Sexto Sentido - Reinaldo Ferreira (que morreu faz hoje 50 anos!)

Por detrás da névoa incerta,
Da bruma desconcertante,
Há uma verdade encoberta,
Que é, por trás da névoa incerta,
Intemporal e constante.

Oh névoa! Oh tempo sem horas!
Oh baça visão instável!
Que mal meus olhos afloras,
Em vão transmutas, descoras...
Meu olhar é infatigável.

Quero saber-me quem sou
Para além do que pareço
Enquanto não sei e sou!
Nuvem que a mim me ocultou,
Ai! Meramente aconteço.

Com menos finalidade
De que uma folha caída
Na boca da tempestade,
Porque ele é, na verdade,
Morte a caminho da Vida;

E eu não sei donde venho
Nem sei, sequer, p'ra aonde vou.

Rompa-se a névoa encoberta!
Quero saber-me quem sou!

Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira (n. em Barcelona, a 20 de Março de 1922; m. em Moçambique a 30 de Junho de 1959).

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Uma Casa Portuguesa - Reinaldo Ferreira

Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa franqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existéncia singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tijela.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

Letra de Reinaldo Ferreira
Música de V. M. Sequeira e Artur Fonseca

Ouçamos pois este fado na voz inconfundível da Amália Rodrigues

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On this day in History - Jun 30

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2009-06-29

O Infinito - Giacomo Leopardi

Sempre gratas me foram esta colina tão só
E esta sebe alta e extensa
Que não me deixa ver o último horizonte.
Mas quando me demoro a contemplá-la
O meu espírito gera para além dela
Intermináveis espaços, silêncios sobre-humanos
Uma paz escura, profunda; e pouco falta
Para o terror me assaltar o coração. E quando
Ouço o vento sussurrar nas plantas
Comparo o infinito de tanto silêncio
A esta voz, e lembro-me da eternidade
Das estações mortas, do tempo presente
E vivo, do seu murmúrio brando. Assim
Se aniquila o meu espírito na imensidão:
E é-me grato naufragar neste mar.


Trad. Ernesto Sampaio em Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Fiuturo, Assírio & Alvim

Giacomo Taldegardo Francesco di Sales Saverio Pietro Leopardi (n. em Recanati, Itália a 29 Jun 1798 – m. 14 Jun 1837)

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On this day in History - Jun 29

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