SO-NETO JORGE, Luiza - Luiza Neto Jorge
A silabar que o poema é estulto
o amado abre os dentes e eu deslizo;
sismos,orgasmos tremem-lhe no olhar
enquanto eu, quase a rimar, exulto.
Conheço toda a terra só de amar:
sem nós e sem desvãos, um corpo liso.
Tenho o mênstruo escondido num reduto
onde teoricamente chega o mar.
Nos desertos-íntimos, insuspeitos-
já caem com a calma as avestruzes
-ou a distância, com os oásis, finda;
à medida que nos arcaicos leitos
se vão molhando vozes e alcatruzes
ao descerem ao fundo pego, e à vinda.
Luiza Neto Jorge nasceu a 10 de Maio de 1939 em Lisboa, onde faleceu a 23 de Fevereiro de 1989.
Ler da mesma autora, neste blog:
Acordar na Rua do Mundo
Nas Cidades do Sul
Baixo-Relevo
Desinferno II
Minibiografia
As casas vieram de noite
O poema ensina a cair
Magnólia
Ritual
0 comments:
Enviar um comentário