Camões e a Pátria - Augusto Emilio Zaluar
Peregrino, sê bem vindo!
Quem teus passos encaminha?
A saudada, linda virgem,
Saudades da pátria minha!
Donde vens? - De longes terras.
Tua família? - Morreu,
E uma lágrima ao romeiro
Dos olhos se desprendeu.
Triste sorte a do proscrito
A vagar em terra estranha!
E dentro d'alma a saudade!
E que saudade tamanha!
Mas diz-me, qual é teu nome?
Sou Camões! - disse a gemer.
E que procuras agora?
Um abrigo para morrer!
Achaste-o pois, bardo luso!
Vem abraçar-te comigo!
Vem, que juntos morreremos,
Que a Pátria morre contigo!
Augusto Emílio Zaluar (Lisboa, 14 de fevereiro de 1826 – Rio de Janeiro, 3 de abril de 1882)
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