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2013-10-21

Soneto das Nuvens e da Brisa - Waldemar Lopes

Os pássaros nostálgicos.. Errantes,
mágicos do crepúsculo, soprando
das longas asas trêmulas o brando
vento da tarde; e logo, em céus cambiantes,

alvos blocos de pluma ão distantes
e efêmeras imagens modelando:
sereias e hipocampos, entre o bando
de carneiros, e rosas, e elefantes,

cães e estrelas, dragões, ou aguçadas
torres, na superfície roseoviva
por onde voga, acesa, a caravela

e nas longas asas captam, retesadas,
a poesia da tarde, fugitiva,
mas eterna no instante em que foi bela.


in Sonetos do Tempo Perdido, Editora Gurarapes - EGM, 2002
soneto extraído daqui

Waldemar Freire Lopes (Quipapá, Pernambuco, 1 de fevereiro de 1911 — Recife, 21 de outubro de 2006)


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