Os pássaros nostálgicos.. Errantes,
mágicos do crepúsculo, soprando
das longas asas trêmulas o brando
vento da tarde; e logo, em céus cambiantes,
alvos blocos de pluma ão distantes
e efêmeras imagens modelando:
sereias e hipocampos, entre o bando
de carneiros, e rosas, e elefantes,
cães e estrelas, dragões, ou aguçadas
torres, na superfície roseoviva
por onde voga, acesa, a caravela
e nas longas asas captam, retesadas,
a poesia da tarde, fugitiva,
mas eterna no instante em que foi bela.
in Sonetos do Tempo Perdido, Editora Gurarapes - EGM, 2002
soneto extraído daqui
Waldemar Freire Lopes (Quipapá, Pernambuco, 1 de fevereiro de 1911 — Recife, 21 de outubro de 2006)
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