Trago nas mãos o calor - Orlando da Costa
Trago nas mãos o calor
Que deponho a cada instante
No teu rosto que aspira a primavera que se pisa no chão
E espera o outono das folhas e dos caminhos
E desce comigo ao sabor
Que à terra dá cada breve estação
Trago-te o calor e as mãos inteiras
E nos olhos o horizonte dos nevoeiros no enredo das
....florestas
Das vinhas colhidas pelos amantes reunidos à beira
....das manhãs
E dos barcos e das pombas em planícies sem trincheiras
Trago para nós a largura das terras e do mar
Onde se perpetue o amor dos homens
Na paz de cada olhar
in "Os olhos sem fronteira", 1953
Orlando António Fernandes da Costa ComL (Lourenço Marques, atual Maputo, 2 de julho de 1929 — Lisboa, 27 de janeiro de 2006)
0 comments:
Enviar um comentário