Soneto: Que suspensão, que enleio, que cuidado - Soror Violante do Céu
Que suspensão, que enleio, que cuidado
É este meu, tirano Cupido?
Pois tirando-me enfim todo o sentido
Me deixa o sentimento duplicado.
Absorta no rigor de um duro fado,
Tanto de meus sentidos me divido,
Que tenho só de vida o bem sentido
E tenho já de morte o mal logrado.
Enlevo-me no dano que me ofende,
Suspendo-me na causa de meu pranto
Mas meu mal (ai de mim!) não se suspende.
Ó cesse, cesse, amor, tão raro encanto
Que para que de ti não se defende
Basta menos rigor, não rigor tanto.
in Cem Poemas Portugueses no Feminino
Selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria
Terramar
Violante do Céu (Sóror), ou Violante do Ceo, nascida Violante Montesino (nasceu em Lisboa a 30 de maio de 1601 ou 1607 - m. 28 de janeiro de 1693)
 


 






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