Pórtico - Rainer Maria Rilke
Quem quer que sejas: Quando a noite vem,
sai do teu quarto onde tudo conheces;
a tua casa é a última ante o longe:
Quem quer que sejas.
Com teus olhos, que, de cansados, mal
conseguem libertar-se do teu limiar gasto,
levantas devagar uma árvore negra
e põe-la ante o céu: esguia, só.
E fizeste o mundo. E ele é grande
e como palavra ainda a amadurar no silêncio.
E quando o teu querer abrange o seu sentido,
teus olhos o abandonam, ternamente...
in “Poemas - Elegias de Duíno - Sonetos a Orfeu”,
Prefácios, Selecção e Tradução de Paulo Quintela,
Edições Asa, 4ª. Edição, 2001
Reiner Maria Rilke (nasceu em Praga em 4 de dezembro de 1875; m. em Valmont, Suiça a 29 Dez. 1926)
Ler, neste blog, do mesmo autor:
Zum Einschlafen zu sagen / To Say Before Going to Sleep / Para dizer antes de dormir
Amo as Horas Sombrias do Meu Ser
O Poeta /The Poet;
O Mundo Estava no Rosto da Amada
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