DO BANHO - Adelmar Tavares
Manhã. Verão. Um sol rútilo, e quente.
Gritos das andorinhas no telhado.
Há no dia uma festa de noivado.
No ar, - um perfume que entontece a gente...
Do gabinete, no silêncio amado,
leio, e medito preguiçosamente.
Ouço cantar... És tu, meu lírio doente,
que vens do banho morno e perfumado.
Rumor de chita nova se quebrando...
Aromas de jasmins sobem revoltos,
enchendo a sala onde tu vais passando
e deixando uma música de avenas,
gorjeios claros de canários soltos,
frou-frou de cisnes sacudindo as pernas...
Adelmar Tavares da Silva (Recife, 16 fevereiro 1888 - Rio de Janeiro, 20 junho 1963)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Amor
A Gente Nunca Está Só
As Estrelas (Trovas)
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