Perfil do candidato mentiroso - Marciano Medeiros (literatura de cordel)
E porque as eleições autárquicas estão à porta...
Existem muitos políticos
Repletos de malandragem
Que no tempo das campanhas
Esbanjam camaradagem
Dizendo pras multidões
Escutem minha mensagem
– Eu quero ser candidato
Por me sentir preparado
O meu plano de governo
Logo mais tem resultado,
Essa é a fala padrão
Do candidato safado
Assim prossegue o barulho
Combate o adversário
No seu discurso inflamado
Promete dar mais salário
Vem pregar na praça pública
O tal conto do vigário
Vemos muita agitação
Nos comícios populares
Candidato esculhambando
Falando coisas vulgares
E até amigos de infância
Brigam nas portas dos bares
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É preciso ter cuidado
Com teses escandalosas
Não se deixando levar
Por falas audaciosas
Rejeitando as pilantragens
Das mentes maliciosas
Na campanha eleitoral
Nós vemos grandes mentiras
Onde falsos democratas
Falam repletos de iras
E a reputação dos outros
É rasgada em feias tiras
A promessa sendo feita
Pra toda população
O candidato farsante
Melhora a entonação
Dizendo que cumpre tudo
Se ganhar a eleição
O povo logo animado
Acredita na mudança
Achando que vale a pena
Conservar toda esperança
Memoriza o tal discurso
Guarda tudo na lembrança
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O político mentiroso
Tem enorme plataforma
Afirma que seu partido
A legislação transforma
E quem quiser votar nele
Sentirá boa reforma
Diz ser bastante capaz,
O favorito do povo
Todos precisam dar chance
A um candidato novo
Que entrando na prefeitura
Trará bastante renovo
Esse político farsante
Tem profissão de enganar
Diz que terá o emprego
Pra seu compadre ajudar
Mas logo assumindo o cargo
Só lembra de humilhar
Bota uma trava eletrônica
Na porta da prefeitura
Criando falso governo
Com muita descompostura
Vai mentir na capital
Essa maldosa figura
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Você vai pedir trabalho
Ele dar pobre gorjeta
Desejando que o povo
Sempre viva na sarjeta
O eleitor sofre tanto
Que sai fazendo careta
Todo cidadão conhece
O assunto profundamente
Enrolação de político
Dum safado incompetente
Que vive para enganar
Iludindo a nossa gente
Ligeiro faz seu teatro
No horário eleitoral
Numa campanha nanica
E até mesmo federal
Obedece ao marqueteiro
Pra derrotar o rival
Assistimos as conversas
Todas elas prepararadas
Nos truques das eleições
As cenas são formuladas
E nos programas gratuitos
Elas são apresentadas
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Mesmo sendo analfabeto
O cara fica falante
Usando terno bonito
Passando por elegante
E quando anda na rua
Faz a pose de importante
Abraça o povo sorrindo
Chamando de companheiro
Visita toda favela,
Boteco de cachaceiro
Mas voltando para casa
Vai se lavar no chuveiro
Discursando é envolvente
Faz extensa analogia
Dizendo representar
A tal da democracia
Mas quem for inteligente
Percebe a demagogia
Candidato mentiroso
Chama o povo de querido
Sem que ninguém fale nisso
Proclama-se o preferido
Afirma que vencerá
Tendo o pleito garantido
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E vive fazendo intrigas
Sendo muito temerário
Só leva sua bandeira
Quem ele pagar salário
Pois tem mais de dez processos
No poder judiciário
Não respeita o concorrente
Só quer desmoralizar
Falando das baixarias
Na hora de improvisar
As propostas do partido
Termina por não contar
Declara pra toda gente
Que só confia em dinheiro
Tenta comprar o seu voto
O político aventureiro
Quando vence a eleição
Viaja pro estrangeiro
Comemora na Espanha
Ou na América do Norte
Não agradecendo os votos
Pensa apenas que foi sorte
Compra o poder com dinheiro
Imaginado ser forte
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Ao terminar a viagem
Regressa pra governar
Tendo cargo de prefeito
Muda logo o celular
Depois que passa três meses
O seu carro vai trocar
Se não teve maioria
Compra “bons” parlamentares
Que das suas roubalheiras
Passam a ser os pilares
Mas nos comícios da vida
Dizem que são exemplares
É claro que não são todos
No Brasil temos valores
Os políticos verdadeiros
Não gostam dos impostores
Deixando muitos exemplos
Nos gestos renovadores
Nunca aprovam safadeza
Dos festins e das orgias
E quando assumem funções
Batalham por melhorias
Vamos votar nos corretos
Para vermos novos dias
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Tenha bastante cuidado
Preserve a cidadania
Pois quando a gente se omite
Ajuda a patifaria
Um candidato correto
Só defende a melhoria
Quem gasta muito dinheiro
Na campanha eleitoral
Seja em cidade pequena
Ou mesmo na capital
Vai tirar o prejuízo
De maneira desleal
Na força deste folheto
Preguei a democracia
Dizendo muitas verdades
Com pouca diplomacia
Então que evitemos sempre
Toda prática que vicia
Viva o povo brasileiro
Abaixo a corrupção
Preservando honestidade
Faremos na votação
Dessa Pátria do cruzeiro
A mais gigante nação.
Extraído daqui
Marciano Batista de Medeiros nasceu em Santo Antônio/RN aos 18 de setembro de 1973
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