Estival - António Manuel Couto Viana
A imensa praia. O sol rubro, preciso.
E o mar de sempre, impetuoso e vário.
Meu corpo nu, aberto no solário,
Sorve o final do dia, lento e liso.
Estio é estar assim, sem pensamento;
Sentir apenas, sobre a pele doirada,
A saliva do mar, fria e salgada,
E o arrepio cálido do vento.
Nada mais. Quando muito, um vago olhar
Um vulto jovem, ágil, que se afasta,
Diluído na luz crepuscular.
E só porque o seu ritmo contrasta
Com a serena vibração do ar
E a paz da minha carne gorda e gasta.
António Manuel Couto Viana (n. Viana do Castelo, 24 de Janeiro de 1923 - m. Lisboa, 8 de Junho de 2010) .
Ler do mesmo autor, neste blog: No Bazar; 23; Súplica a Eros; A Tartaruga
 


 






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