ESTELA E NIZE - Alvarenga Peixoto
Eu vi a linda Estela, e namorado
Fiz logo eterno voto de querê-la;
Mas vi depois a Nize, e é tão bela,
Que merece igualmente o meu cuidado.
A qual escolherei, se neste estado
Não posso distinguir Nize de Estela?
Se Nize vir aqui, morro por ela;
Se Estela agora vir, fico abrasado.
Mas, ah! que aquela me despreza amante,
Pois sabe que estou preso em outros braços,
E esta não me quer por inconstante.
Vem, Cupido, soltar-me destes laços,
Ou faz de dois semblantes um semblante,
Ou divide o meu peito em dois pedaços!
Inácio José de Alvarenga Peixoto (Rio de Janeiro, 1 de Fevereiro 1742/1744 — Ambaca, Angola, 27 de Agosto 1792 ou 1 de Janeiro 1793)
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