TRISTEZA - Junqueira Freire
Brilha o sol, brilham as nuvens,
Os montes de ouro se coram:
Porém minha alma se aperta,
Meus olhos dormentes choram:
Depois o céu se transforma,
De negros bulcões se touca;
Porém minha alma se expande,
E solta risada louca.
Depois o baile, – onde tudo
Um tope de gostos é;
E eu fico imóvel olhando,
Como um cadáver de pé.
Talvez no ar, que bebemos,
Às vezes um anjo voa,
Como a pancada de um sino
Que pelos ares ressoa.
Talvez nos assiste um anjo,
Que nos inspira a tristeza,
Como um anjo nos assiste
No relance da defesa.
De cólera num lampejo
Talvez a mão do Senhor
Arrojou minha alma ao barro
Só para o gozo da dor.
Porém um anjo propício
Co’ a sua vista louçã
Hoje prepara meu peito
Para as dores de amanhã.
Salve, ó anjo da tristeza,
Salve, ó imagem fatal!
Tu que me dizes que espere,
Que espere somente o mal.
Os montes de ouro se coram:
Porém minha alma se aperta,
Meus olhos dormentes choram:
Depois o céu se transforma,
De negros bulcões se touca;
Porém minha alma se expande,
E solta risada louca.
Depois o baile, – onde tudo
Um tope de gostos é;
E eu fico imóvel olhando,
Como um cadáver de pé.
Talvez no ar, que bebemos,
Às vezes um anjo voa,
Como a pancada de um sino
Que pelos ares ressoa.
Talvez nos assiste um anjo,
Que nos inspira a tristeza,
Como um anjo nos assiste
No relance da defesa.
De cólera num lampejo
Talvez a mão do Senhor
Arrojou minha alma ao barro
Só para o gozo da dor.
Porém um anjo propício
Co’ a sua vista louçã
Hoje prepara meu peito
Para as dores de amanhã.
Salve, ó anjo da tristeza,
Salve, ó imagem fatal!
Tu que me dizes que espere,
Que espere somente o mal.
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