Madrugada - Marcelino Mesquita
Dentre a relva orvalhada, a cotovia
Encastela no ar cantando e rindo;
O vago azul do céu vão colorindo
Os largos tons de luz, núncios do dia.
Desfaz-se lentamente a névoa fria
Como véu que se rasga e vão caindo,
Como bagas de anoso tamarindo
Para a terra, os cristais que a noite cria.
Fumegam chaminés pelas aldeias
E, correm para o mar, além, distante,
Os rios semelhando enormes veias.
Aqui e além soturno caminhante...
Os rebanhos beijando as valas cheias,
Na rubra luz do sol purpureante.
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