Pouso vazio - Alves de Faria
Unímo-nos, prendemo-nos e juntos
Vimos de um sonho para tal velhice,
Como dois tristes, como dois defuntos,
– duas máscaras doidas de meiguice.
Hoje estás velha e estás como eu predisse...
Sonhos jazem sepultos e conjuntos!
E eu nem sei mesmo quando a meninice
A frase me ensinou de outros assuntos.
És um campo talhado, oh! companheira!
Quando eu morrer que farás tu da vida?
Que farei eu, se fores a primeira?
Se até o amor que foi, pomba querida,
O altar-mor de nossa alma, forasteira,
Temendo o inverno levantou guarida!
Poema extraído daqui
Do mesmo autor, neste blog: Soneto
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