A Nuvem - Teófilo Dias
Sulcas o ar de um rastro perfumoso 
Que os nervos me alvoroça e tantaliza, 
Quando o teu corpo musical desliza 
Ao hino do teu passo harmonioso. 
A pressão do teu lábio saboroso 
Verte-me na alma um vinho que eletriza, 
Que os músculos me embebe, e os nectariza, 
E afrouxa-os, num delíquio langoroso. 
E quando junto a mim passas, criança, 
Revolta a crespa, luxuosa trança, 
Na espádua arfando em túrbidos negrumes, 
Naufraga-me a razão em sombra densa, 
Como se houvera sobre mim suspensa 
Uma nuvem de cálidos perfumes!
Do livro Fanfarras (1882). Poema integrante da série Flores Funestas. In: Poesias escolhidas. Sel. introd. e notas Antonio Candido. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1960.
Teófilo Odorico Dias de Mesquita (Caxias, 8 de novembro de 1854 — São Paulo, 29 de março de 1889)Teófilo Dias: 8 de novembro de 1854 — 29 de março de 1889)
 


 






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