Livre! Ser livre da matéria escrava,
arrancar os grilhões que nos flagelam
e livre penetrar nos Dons que selam
a alma e lhe emprestam toda a etérea lava.
Livre da humana, da terrestre bava
dos corações daninhos que regelam,
quando os nossos sentidos se rebelam
contra a Infâmia bifronte que deprava.
Livre! bem livre para andar mais puro,
mais junto à Natureza e mais seguro
do seu Amor, de todas as justiças.
Livre! para sentir a Natureza,
para gozar, na universal Grandeza,
Fecundas e arcangélicas preguiças.
João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, hoje Florianópolis (SC), a 24 de novembro de 1861 e faleceu na Estação de Sítio (MG) a 19 de março de 1898.
Ler do mesmo autor:
Antífona
Vida Obscura
Silêncios
Sorriso Interior
Violões que Choram
Ironia de Lágrimas
O Assinalado
Inefável
Sorriso Interior
Monja
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