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2015-02-19

Regresso - Mário Beirão (na passagem dos 50 anos sobre o seu desaparecimento)

(Na reunião dos estudantes do Liceu de Beja)

Eis-me, de novo, em flor, — Menino e Moço!
Um perfume de cálida magia
Cresce dos estevais e me inebria,
Deixa-me em febre, cismas, alvoroço!

E este canto de Amor, que, a espaços, ouço,
Abre em oiros, sorrisos dalgum dia
E nasce água lustral, que me sacia,
No poço que secara, — estranho poço...

Eis-me, de novo, em flor! É Primavera
Em tudo, porque tudo, intimamente,
Me pressentia, estava à minha espera!

— Ó longes das planícies extasiadas,
Que eu seja, instante a instante, em vós presente,
Arda no sonho eterno das Queimadas!

Mário Gomes Pires Beirão nasceu a 1 de maio de 1890, em Beja, e faleceu em Lisboa a 19 de fevereiro de 1965

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O Vago
Ausência
Cintra
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