Passei, transi ou fui? Transfui que trans?
Cis quê? Prefixo a que destino imoto?
Movido de que prós ou forças vãs,
Para que inércia ou paz de quid ignoto?
Eunte a que vindoiro alvo remoto?
Essente quê? nihil no adverso mas
Que oponho ao ser, se o espírito derroto
(Meu, que o divino é em altas barbacãs).
Tudo é cá tempo em espaço pervertido:
Ontem que abre amanhã no instante ardente
E se fecha no nunca humano havido
Para sempre ficar como jamais
Agora e aqui eu mesmo, - ermos sinais
De que Deus me povoa e me consente.
Cis quê? Prefixo a que destino imoto?
Movido de que prós ou forças vãs,
Para que inércia ou paz de quid ignoto?
Eunte a que vindoiro alvo remoto?
Essente quê? nihil no adverso mas
Que oponho ao ser, se o espírito derroto
(Meu, que o divino é em altas barbacãs).
Tudo é cá tempo em espaço pervertido:
Ontem que abre amanhã no instante ardente
E se fecha no nunca humano havido
Para sempre ficar como jamais
Agora e aqui eu mesmo, - ermos sinais
De que Deus me povoa e me consente.
in O Verbo e a Morte, 1959
Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva (n. Praia da Vitória, 19 de dezembro de 1901 — m. Lisboa, 20 de fevereiro de 1978)
Ler do mesmo autor:
Poema de Outra Viagem ao Porto
Já um pouco de vento se demora
Outro Testamento
Semântica electrónica
Loa
Concha
Teu só sossego aqui contigo ausente
Natal das Ilhas
Já um pouco de vento se demora
A Árvore do Silêncio
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