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2007-11-24

Tempo de Poesia - António Gedeão (Faz hoje 101 anos que nasceu)

Todo o tempo é de poesia

Desde a névoa da manhã
à névoa do outo dia.

Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia

Todo o tempo é de poesia

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qua amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.

António Gedeão (pseudónimo de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho) (n. 24 Nov 1906; m. 19 Fev 1997)

Ler do mesmo autor:
Tudo é foi
Poema da auto-estrada
Rosa branca ao peito
Pedra filosofal
Lágrima de preta
Minha Aldeia

e aqui a sua biografia

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