Tu és, ó Paciência, um sofrimento
Voluntário, fiel, bem ordenado,
Da conhecida sem razão tirado,
De um constante varão nobre ornamento.
Tu, recolhendo n'alma o pensamento,
Suportas com valor o Tempo irado.
Tu sustentas, com ânimo esforçado,
Todo o peso do mal, no bem atento.
Magnânima tu és, tu és Constância,
Cedro que não derruba a tempestade,
Rocha, onde a fúria quebra o mar com ânsia.
Tu triunfas da mesma Adversidade.
Subjugando as paixões co'a Tolerância,
Tu vences os ardis da vil Maldade.
in 'Sonetos'
Francisco Joaquim Bingre nasceu em Canelas, Estarreja no dia 9 de Julho de 1763e morreu em Mira a 26 de Março de 1856).
Ler do mesmo autor, neste blog:
Retrospectiva
Meus Versos
A Camões
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