Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos? Não vês esta,
Que vem cobrindo o céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?
Não vês a cada instante o ar partido
Dessas linhas de fogo? Tudo cresta,
Tudo consome, tudo arrasa, e infesta,
O raio a cada instante despedido.
Ah! não temas o estrago, que ameaça
A tormenta fatal; que o Céu destina
Vejas mais feia, mais cruel desgraça:
Rasga o meu peito, já que és tão ferina;
Verás a tempestade, que em mim passa;
Conhecerás então, o que é ruína.
Claúdio Manuel da Costa (n. Vargem do Itacolomi,atual Mariana, MG a 5 Jun 1729; m. em Vila Rica, actual Ouro Preto, MG, a 4 Jul 1789)
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Soneto XCVIII;
Pastores...;
Soneto V;
Soneto XLVI
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