Na praia lá da Boa Nova, um dia,
Edifiquei (foi esse o grande mal)
Alto Castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli e coral!
Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh, Castelo tão alto! parecia
O território dum senhor feudal!
Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Um vento seco de deserto e spleen
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,
O meu condado, o meu condado, sim!
Porque eu já fui um poderoso Conde,
Naquela idade em que se é conde assim...
António Pereira Nobre (nasceu no Porto a 16 de Agosto de 1867 e foi vítima de tuberculose pulmonar, na Foz do Douro, Porto a 18 de Março de 1900).
Ler do mesmo autor, neste blog:
O Teu Retrato
À Luz de Lua
Ao Cair das Folhas
Virgens que passais
Carta ao Oceano
A Leão XIII
Ladainha
Purinha
1 comentário:
António Nobre, sempre grande.
Vivo na Rua Sol Poente ("Ó virgens que passais ao sol poente...") e quase vejo a pedra com essa quadra ao lado do Salão de Chá de Sisa Vieira. Quem ainda não visitou, não perca as esculturas a 100m em frente.
Em frente, Fernando, com este teu imenso trabalho de divulgação da nossa imensa poesia.
Abraços,
Rui
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