Nunca lhe confessara o amor ardente
Que ela em mim despertou, mal eu a vira;
Escondia-o no peito, avaramente,
Receando que alguém mo descobrira
Guardava-o p'ra comigo unicamente...
Arrancar-mo? Ninguém o conseguira!
Dizer-lho a ela? Nem sequer à mente
Essa ideia, confesso, me acudira.
Mas certo dia, em seu olhar tão doce
Vi fulgir um clarão, o quer que fosse
Que me intrigou...Interroguei-a a medo,
E soube então, surpreso e alvoroçado,
Que os seus olhos haviam desvendado
O que eu na alma guardava: o meu segredo!
in «Os Dias do Amor, um poema para cada dia do ano», recolha, selecção e organização de Inês Ramos, Ministério dos Livros
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