Não choreis nunca os mortos, esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos, adormecidos.
E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar…guardai, longe as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, mudos e vencidos.
Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.
E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.
Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello (n. no Porto a 6 de setembro de 1904 - m. Porto, 5 de março de 1984).
Ler do mesmo autor, neste blog:
Oásis
Bailado
Véspera
Berço
Obrigado
Uma Ânsia de Nudez
Povo que lavas no rio
Fado
Revelação
Miragaia
O Bailador de Fandango
Solidão
Biografia
1 comentário:
Olá Fernando
Obrigado pela visita ao blog e comentário deixado.
Desconhecia este poema!
Vou copiá-lo e usá-lo no dia
que faz 6 anos sobre a morte
da minha sobrinha, este mês de Março.
...
Obrigado pela partilha.
ainda penso no que li:
...E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.
...
Sobre o teu comentário:
Ânimo para esse projecto porque o objecto do mesmo assim o justifica.
MEU AMIGO
está a ser maravilhoso reviver todos aqueles momentos...
desde ter 1000 fotos e ter que ver uma a uma para escolher apenas 120
...
depois algumas pesquisas para os textos que coloco junto às fotos
Bem...trabalhoso, mas compensa!
Tenho estado a fazer nos 2 últimos meses: Janeiro e Fevereiro
acredita que parece que voltei aos lugares...foi tão bom...a sério!
...
Neste momento já tenho nas minhas mãos 5 fotolivros, fui ontem buscar mais 2, já tinha 3...
agora vou fazer uma pausa de 2 meses
Mas estão tão LINDOS
estou super orgulhosa do meu trabalho
Beijinho da Tulipa / Ester
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