"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos".
Assim começa a versão portuguesa de Cien años de soledad, de Gabriel García Márquez, Prémio Nobel da Literatura em 1982, nascido faz hoje 88 anos. Foi considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de Dom Quixote de la Mancha. Faz parte também da lista dos 100 Livros do Século de Le Monde. Na passagem do 84º aniversário do autor colombiano, recordámo-lo aqui e fica a sugestão de leitura.
Gabriel José García Márquez (n. Aracataca, Colômbia, 6 de março de 1927 — m. Cidade do México, 17 de abril de 2014)
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