Por abismos sem fim, vou caminhando...
E o mais profundo abismo é o alto céu.
E que vertigens sempre sinto, quando
Me inclino sobre a luz que amanheceu!
É um abismo a oração que vou rezando.
É um mar sem fundo a flor que renasceu...
Nas palavras que vou pronunciando,
Cada ideia é tão alta como o céu!
Sobre abismos, caminho dia a dia...
Das suas negras trevas se irradia
Uma outra escuridão ainda maior...
Que a mim me diz, nas horas em que cismo,
Que é um abismo junto d´outro abismo,
Meu coração ao pé do seu amor!...
Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, que usou o pseudónimo litrerátrio de Teixeira de Pascoaes, nasceu em 8 de novembro de 1877 (*) em Amarante; m. em 14 de dezembro de 1952.
(*) Conforme assento oficial de nascimento; de algumas fontes biográficas consta a data de 2 de novembro
Ler também do mesmo autor:
Ao Crespúsculo
Esperança e Tristeza
Além de mim
O Poeta
A sombra do Tâmega;
Canção da Névoa
À Minha Musa
A Sombra da Vida (excerto)
Elegia do Amor;
Quem és tu? De onde vens?...
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