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2013-12-16

Baladas Românticas - Verde... - Olavo Bilac

Como era verde este caminho!
Que calmo o céu! que verde o mar!
E, entre festões, de ninho em ninho,
A Primavera a gorjear!...
Inda me exalta, como um vinho,
Esta fatal recordação!
Secou a flor, ficou o espinho...
Como me pesa a solidão!

Órfão de amor e de carinho,
Órfão da luz do teu olhar,
- Verde também, verde-marinho,
Que eu nunca mais hei de olvidar!
Sob a camisa, alva de linho,
Te palpitava o coração...
Ai! coração! peno e definho,
Longe de ti, na solidão!

Oh! tu, mais branca do que o arminho,
Mais pálida do que o luar!
- Da sepultura me avizinho,
Sempre que volto a este lugar...
E digo a cada passarinho:
"Não cantes mais! que essa canção
Vem me lembrar que estou sozinho,
No exílio desta solidão!"

No teu jardim, que desalinho!
Que falta faz a tua mão!
Como inda é verde este caminho...
Mas como o afeia a solidão!


Olavo Bilac, in "Poesias"

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (nasceu no Rio de Janeiro a 16 de Dezembro de 1865 e morreu na mesma cidade a 28 de Dezembro de 1918).


Neste blog pode encontrar do mesmo autor, mais os seguintes poemas:
Delírio
Vita Nuova
Por Estas Noites...
Nel Mezzo del Camin
Por tanto tempo
Um beijo
Ao coração que sofre
Como Quisesse Livre Ser

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