Que procuras no espaço, olhar faminto,
através das camadas siderais?
Réstia de luz, órfã de um foco extinto,
a que destino vais?
Que te falta em ti mesmo, ser inquieto?
Fração de um Todo excelso que não vês,
quando serás completo?
Hoje, amanhã, depois, nunca, talvez!
E, contudo, te exaures nas pesquisas
da fugitiva Essência. Esforço vão!
Ela, impalpável, voa sem balizas
na divina amplidão.
Se nem chegas ao sol, corpo tangível,
nem à matéria-prima elementar,
como podes prender o Incognoscível
e o Infinito abraçar?
Volve a ti mesmo. Prostra-te. Contrito,
tudo verás da Fé no esplendor.
Que importa que haja um círculo infinito,
se cada átomo é um centro refletor?
in “Augusto de Lima, Seu Tempo, Seus Ideais”, de José Augusto de Lima, 322 pp., Ministério da Educação e Cultura, RJ, 1959.
Antônio Augusto de Lima (n. Nova Lima, então Congonhas de Sabará, a 5 de Abril de 1859; m. Rio de Janeiro, 22 de Abril de 1934)
Sonâmbula
Volta ao Passsado
Esperança e Saudade
Serenata
A Um Otimista
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