A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.
E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em obscuros sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.
Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que eu adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.
Manuel António Pina (nasceu em 18 de Nov. 1943 no Sabugal, faleceu em 19 de outubro de 2012)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Uma Sombra
Lugares da Infância
Amor como em casa
Café do Molhe
Saudade da Prosa
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