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2012-11-19

Como eu Amo - Maria O'Neill

Pertenço à velha escola; eu amo à antiga
Detesto a modernice que se ufana
De casar por dinheiro ou que se liga
Preferindo ao amor sempre a cabana,

Amo com tal paixão que é mais que humana
E todos os afectos num coliga
Cuja grandeza nenhum outro irmana,
Em tudo impera e tudo a si obriga.

Amo do coração à flor dos lábios
Mas recalco por vezes meus tormentos
Para o não magoar; contudo sabe-os…

E segredo-lhe então: Bem que dorida
Quero beber-te essa alma e haustos lentos
E por sofrer por ti inda mais vida.

(in Os dias do Amor, Um poema para cada dia do ano, Recolha, selecção e organização de Inês Ramos, Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho; Ministério do Livro Editores)

Maria da Conceição Infante de Lacerda Pereira de Eça Custance O'Neill (Lisboa, 19 novembro 1873 - 23 março 1932)

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