Por que pairas?
Por que insistes?
Por que pairas se deixaste
que te prendessem terrenas
falsas tranquilidades?
Por que negaste o que eras -
nuvem íntegra, real,
sobre as mentiras do mundo?
Às vezes cantas em tudo.
Mas é tão triste e tão tarde.
Meu amor, porque vieste?
Nunca tivera sabido
como se nasce e se morre
de repente ao mesmo tempo
para sempre, ó arrastada
humana deusa frustrada
água irmã da minha sede
luz de toda a claridade
que só em ti neste mundo
para mim era verdade.
in 366 poemas que falam de amor, uma antologia organizada por Vasco Graça Moura, Quetzal Editores
Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda, nasceu em 20 de setembro de 1928 em Lourenço Marques (actual Maputo), Moçambique e faleceu em 26 de agosto de 2007 em Londres.
Do mesmo autor ler, neste blog:
A Língua Portuguesa
Vento
To Night
Copo de Água
Hino ao Tejo
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